Elza Oliveira é audidescritora e Renan Cohen é intérprete de Libras. Os dois profissionais atuam durante as Sessões do Pleno (Administrativo e Judicial), da Câmara Única e da Secção Única (órgãos fracionários do 2º Grau) do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), bem como nas demais cerimônias e solenidades do Poder Judiciário, que também são transmitidas pelo YouTube. O trabalho deles possibilita que o acesso à informação possa ser exercido de forma plena e eficaz pelas pessoas que possuem algum tipo de deficiência auditiva e que tenham limitações ou dificuldades em relação à leitura. A medida faz parte da política de inclusão do Poder Judiciário.
A autodescritora Elza Oliveira explica que a audiodescrição consiste no trabalho de traduzir imagem ou vídeo para que se tenha uma compreensão completa de conteúdos audiovisuais por pessoas com deficiência visual. Ela ressalta que se trata de uma narração integrada ao som original, contendo descrições de ações, elementos visuais, como roupas, pessoas, expressões e cenários, além de outras informações relevantes. A profissional destacou que é uma técnica de descrição de imagens, sejam elas estáticas ou dinâmicas, trazendo informações relevantes sobre seu conteúdo.
“O recurso de audiodescrição é preparado com um roteiro/pesquisa do ambiente físico, localização de objetos e dos magistrados e no dia da transmissão, são descritas as falas e características das pessoas dos presentes. Nós transformamos todo o ambiente visual de forma explicativa e entendível com técnicas específicas. Essa prática é ainda pouco desenvolvida no Amapá. O TJAP executa de forma pioneira no Estado. A importância desse trabalho é fundamental para pessoas com deficiência”, elucidou Elza Oliveira.
O secretário-geral do TJAP, Veridiano Colares, ressaltou que é um dever do TJAP, como guardião da Constituição Federal no âmbito estadual, trabalhar a política de inclusão. Ele reforça que a acessibilidade é um dos principais fatores para que todos os membros da sociedade tenham os seus direitos garantidos. Por isso, o TJAP conta com um grupo de audiodescritores e intérpretes de Libras para tornar a instituição completamente inclusiva.
"Temos a obrigação de atender a parcela da sociedade que possui algum tipo de dificuldade e necessita igualmente de acesso à informação. Para tal, é essencial esse olhar inclusivo junto ao nosso jurisdicionado. E é isso que estamos fazendo. Em nosso portal, temos o link direto com o YouTube da instituição e lá podem ser acessados dois ícones, o convencional e o de acessibilidade. Isso demonstra a política inclusiva do Poder Judiciário amapaense”, destacou o secretário-geral do TJAP.