Com o objetivo de disseminar o Programa Justiça Restaurativa na Escola e sua metodologia para o fortalecimento da cultura da paz e a construção de relacionamentos saudáveis no ambiente escolar, o Núcleo de Justiça Restaurativa do Fórum da Comarca de Santana realizou, nesta quarta-feira (04), uma manhã de círculos restaurativos com os alunos e o corpo de professores da Escola Quilombola Estadual David Miranda dos Santos. A unidade escolar atende à comunidade de São José do Matapi do Porto do Céu, no Distrito do Coração, na zona rural de Macapá.
A juíza Carline Nunes, titular do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Santana e coordenadora do Núcleo, destacou a importância dessa prática na construção da sociedade e de relacionamentos saudáveis no ambiente de formação dos futuros cidadãos.
“Queremos que os alunos conheçam as práticas restaurativas e possam construir relacionamentos mais saudáveis, tanto com o colega da sala de aula e também com o seus professores. Nossos facilitadores farão círculos para abordar o tema das violências nas escolas, que pode ser uma agressão física, mas também vir de forma de uma agressão verbal. Será um momento de explanar como a cultura de paz age e influência positivamente na nossa convivência”, destacou.
A coordenadora do Núcleo de Mediação, Conciliação e Práticas Restaurativas do Ministério Público Estadual, promotora de Justiça Silvia Canela, enfatizou que a prática da Justiça Restaurativa na educação funciona como uma ferramenta para que os participantes compartilhem as suas experiências que ajudarão na melhoria da convivência nas salas de aula.
“O público das escolas são os nossos futuros cidadãos, por isso é necessário levarmos essas ferramentas de prevenção nesse ambiente, com crianças e adolescentes aprendendo sobre conflitos, justiça, paz e como cada cidadão pode participar dessa construção”, defendeu.
A Escola Quilombola Estadual David Miranda dos Santos possui 175 alunos e para a diretora da instituição, Maria do Socorro Silva de Jesus, houve uma necessidade da coordenação pedagógica de buscar novas metodologias e práticas de ensino que possam ajudar os alunos em eventuais situações.
“Os estudante podem sim aprender a respeitar seu colega de sala e não fazer as ditas ‘brincadeiras de mau gosto’ que muitas vezes magoam. Os círculos são formas de escuta importantes também para entendermos o que aquele aluno está passando, seja na escola e ou na convivência familiar, para juntos trabalharmos em soluções e na busca de um ambiente agradável para ele”, concluiu a diretora.