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Pop Rua Jud Amapá segue sua jornada de mudar vidas de pessoas ultravulneráveis

Publicada em 08/03/24 às 12:49h - 17 visualizações

por JudiciRádio


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 (Foto: JudiciRádio)

O sonho do artesão Mardônio Martins da Silva, em situação de rua há quatro anos no Amapá, é retornar para sua terra, o Ceará. “Lá tenho pai, tenho irmãos, uma família”, relatou ele. Atualmente, ele depende de serviços assistenciais durante o dia, mas à noite não tem para onde ir. “Quero voltar, pois aqui não tenho ninguém que me dê um apoio, mesmo o Centro Pop, nos dá um suporte bom, mas não tenho onde dormir”, complementou. O Projeto Pop Rua Jud do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), coordenado pelo juiz Marconi Pimenta, titular da 5ª Vara do Juizado Especial Cível da Zona Norte de Macapá e coordenador do Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania da Zona Norte (Cejusc Norte), vai realizar o sonho de Mardônio, pois conseguiu passagem aérea para o seu retorno com patrocínio da Maçonaria.

“Também vamos entrar em contado com a família para viabilizar um encontro de grande alegria”, relatou – Mardônio volta ao Ceará em 06 de abril próximo.

Outra situação é a de Enilson da Silva, em situação de rua há um ano e três meses. Com o apoio do Pop Rua Jud, ele conquistou sua Certidão de Nascimento para começar uma trajetória em busca dos demais documentos. Ele quer finalmente conseguir ter condições de assumir um emprego formal. “Eu me vejo como um estrangeiro, vivo em um submundo, dentro de um buraco de favela, mas com a certidão nas mãos, eu, que não tenho nada, agora vou começar a conquistar tudo”, afirmou.

Mais um assistido pelo projeto foi Verenildo Silva dos Santos, há cerca de quatro anos vivendo sem teto. “Ele nos chegou com duas demanda: a primeira foi um processo extrajudicial de divórcio consensual. Ele foi casado e, quando se separou, a ex-mulher ficou com a casinha que eles tinham e ele ficou na rua”, relatou o magistrado. “Homologamos o pedido, agora ele está solteiro, e resolvemos tudo isso muito rápido”, afirmou o juiz.

“A segunda demanda era por emprego. Ele só não está na em situação de rua há cerca de dois meses por ter conseguido alugar um quartinho com o que ganha vigiando carros lá no Fortaleza, em frente à Unimed, mas quer um emprego formal para melhorar sua situação”, relatou o magistrado. “Ontem saímos em campo e pedimos aos nossos parceiros para que deem essa oportunidade a ele. Já fizemos uma visita ontem a uma empresa parceira e estamos só esperando o resultado”, revelou o juiz.

Segundo o próprio Verenildo, ele só precisa de uma oportunidade. “Tenho saúde, tenho força de vontade para mudar minha história. Estou há pouco tempo fora da rua, mas preciso de uma chance para recuperar minha dignidade e pagar um aluguel”, afirma. “As pessoas olham pra gente e questionam por que não vou trabalhar, grande e forte, mas não nos dão uma chance de mudar de vida. Quero fazer parte da sociedade, parar de pedir e até poder ajudar companheiros meus que precisam, pois não é uma situação fácil”, concluiu.

Histórias como essa são ouvidas diariamente pelos voluntários e parceiros do projeto Pop Rua Jud. Segundo o juiz Marconi Pimenta. Uma interação que muda a vida dos beneficiados e dos voluntários. “Estamos fazendo um trabalho bem artesanal, buscando parceiros para construir uma rede de apoio e indo onde a pessoa em situação de rua está para levá-la aonde precisa ir – pois o morador de rua não tem como ir só, ele não tem dinheiro”, explica o magistrado.

“Esse ambiente que estamos criando no nosso Cejusc é um de acesso inclusivo, não apenas na acepção da expressão, do acesso para inclusão pessoas com deficiência, mas também de pessoas ultravulneráveis, debilitadas fisicamente por conta do abandono e, por vezes, do vício”, defende o juiz Marconi.

O magistrado explica que o público atendido vive em uma invisibilidade quase total. “Aí a gente dá esse acesso, apoia e encaminha para onde ele quer ir ou para conseguir o que ele precisa ou até tem o direito: às vezes é um emprego, às vezes um tratamento de saúde”, exemplifica. “Muitas das vezes ele só precisa de algum documento para iniciar esse caminho, como uma certidão de nascimento, ou o acesso à Previdência Social, ou apenas um retorno para casa”, ressalta o juiz.

O coordenador do projeto Pop Rua Jud explica que, após o contato inicial, por meio de uma busca ativa nos principais pontos de concentração de pessoas em situação de rua, a equipe de voluntários cadastra o público-alvo em um processo extrajudicial e dali é disparada a informação para a rede de parceiros para avaliação e providências.

“Às vezes é um ofício, por exemplo, para o Cartório de Registro de Pessoas Civis, solicitando uma segunda via de documento, ou para um CAPS, solicitando o acompanhamento daquela pessoa que precisa”, explica o juiz Marconi Pimenta. “Em outras vezes o ofício é para a Secretaria de Educação, solicitando uma inscrição ou uma vaga em curso profissionalizante ou no ensino para jovens e adultos... Assim, seguimos construindo e entendendo a ajuda que for possível”, relatou.

O magistrado explica que é um trabalho delicado, “de formiguinha”, conhecendo e tratando cada pessoa e sua situação individualmente. “Não dá para fazer todos ao mesmo tempo, pois cada um tem uma história diferente, um modo diferente de abordagem e atendimento, não dá para oferecer uma solução única em grupo”, ressaltou.

“Só sei que quando um é atendido e recebe algum tipo assistência, de benefício, os outros ficam sabendo e se animam querendo também, e isso tem provocado uma procura muito grande no Cejusc Norte”, registrou.




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