Nesta sexta-feira (22) a Escola Municipal Expedicionário Wilson Malcher, na zona sul da capital amapaense, foi palco para a abertura do programa “Coordenadoria da Mulher vai às Escolas”, promovido pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), por meio da Coordenadoria da Mulher, juntamente com os governos municipal, estadual e federal. A ação tem como intuito combater, conscientizar e prevenir a violência doméstica desde as comunidades escolares.
“A ideia é fazer uma palestra esclarecedora sobre violência doméstica e familiar e, paralelo a isso, realizar atendimentos sociais e de embelezamento. Também temos palestras de empoderamento feminino para que essa mulher consiga se compreender no universo feminino, qual é seu papel na sociedade e, assim, passe a ser uma pessoa que vai disseminar essas informações para outras mulheres”, ressalta a secretária da Coordenadoria da Mulher do TJAP, Sônia Ribeiro.
A abertura da palestra contou com as presenças da titular 6ª Vara do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região (PA/AP), juíza Odaise Picanço; da subsecretária da Secretaria Municipal da Mulher (Semmu), Fausta Vasconcelos; da coordenadora da Coordenadoria da Mulher do munícipio, Socorro Marques; da promotora de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), Lindalva Jardina; e a delegada titular Crimes Contra a Mulher (DCCM), Marina Guimarães.
Na oportunidade, a titular da DCCM palestrou sobre os cinco tipos de violência contra a mulher (física, psicológica, moral, sexual e patrimonial) e como é o procedimento para denunciar, e do apoio psicológico que elas recebem.
“Quando a mulher consegue quebrar esse ciclo logo no início, ela evita que coisas piores aconteçam com elas”, explicou a delegada Mariana Guimarães.
Quando o microfone foi aberto para perguntas, corajosamente a doméstica e estudante do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da instituição, Lucitelma Moraes, de 54 anos relatou sobre a violência doméstica que sofreu e dos impactos que teve em sua vida por conta disso e encorajou as outras mulheres que possam estar em sofrimento a quebrarem o ciclo e denunciar.
“Para mim, e eu acho que também para outras mulheres, foi muito importante, porque há muitas que se calam, elas ficam vulneráveis e pensam que não conseguem sair desse ciclo de agressão, mas elas estão erradas, a Maria da Penha veio para trazer proteção e benefícios para a mulher. E tem muitas que não sabem disso ou não buscam por medo de sair daquele relacionamento e não conseguir vencer, mas estão enganadas, por eu venci”, disse emocionada.
Além das palestras houve a disponibilização de serviços de limpeza de pele, corte de cabelo, massoterapia, designer de sobrancelhas, depilação, assistência social, psicólogo e orientação jurídica e encaminhamentos para emissão de documentos e segunda via.
“É de grande importância receber o TJAP nas nossas escolas, por esse momento único de trazer esses serviços para a comunidade. A Escola Wilson Malcher só tem a agradecer por esses trabalhos”, destacou a diretora da escola, Elen Ferreira.
Os órgãos parceiros dessa ação são: Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM), Delegacia de Crimes contra a Mulher, Secretaria Municipal da Mulher, Promotoria da Mulher, Defensoria da Mulher, Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região (PA/AP).
Coordenadoria da Mulher do TJAP
A instituição da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá ocorreu por meio da Resolução Nº 592/2011-TJAP, em cumprimento à Resolução nº 128/2011, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece a criação das Coordenadorias nos Tribunais de Justiça Estaduais. Ela tem é responsável por coordenar e desenvolver políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade de gênero, prevenção e combate à violência contra a mulher e à família, a fim de garantir os direitos humanos das mulheres nas situações previstas na Lei Maria da Penha.
Denúncias
Para a mulher denunciar a violência ela pode se dirigir a Delegacia da Mulher que se localiza na Rua São José, s/nº, bairro Central ou pela Central de atendimento por meio do número 180. Em caso de urgência deve-se ligar 190.