O enfrentamento da violência contra a mulher foi o tema da palestra ‘Descontruindo a Cultura da Violência’, realizada, na última segunda-feira (13), pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) por meio do Juizado de Violência Contra a Mulher da Comarca de Macapá. O evento se repetirá mensalmente, uma palestra por mês, como parte das condições que os homens requeridos terão que cumprir quando concedidas as medidas protetivas contra eles. O objetivo é fazer essa sensibilização com relação à violência doméstica e quebrar esse ciclo de violência dentro das casas.
Segundo a titular do Juizado de Violência Contra a Mulher de Macapá, juíza Marcella Peixoto Smith, muitas das vezes o homem não sabe ou não sente que está cometendo violência, especialmente no caso da violência psicológica.
“As palestras têm o objetivo de mostrar que existem várias formas de violência, seja quando se faz uma ameaça, uma humilhação, quando se faz uma agressão, um desrespeito, tudo isso é um tipo de violência psicológica”, afirmou a magistrada.
A magistrada ressalta que a violência física é inaceitável, por isso o homem precisa entender que tem consequências, que a mulher não é patrimônio dele, não é dono, ele não pode dispor do jeito que ele quer. “A mulher é um sujeito de direitos que tem os mesmos direitos que ele, dentro de casa e fora de casa também, então o objetivo é esse, é fazer essa sensibilização”, complementou a juíza Marcella.
A palestra foi ministrada pela assistente social Nazaré Santos e contou com o suporte do estagiário de Psicologia Alcides Queiroz – ambos do Núcleo Psicossocial de Acolhimento à Família (Nufap), que pertence ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Macapá.
A ação também teve a participação do assessor jurídico Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), Abrahão Jara, que falou sobre a rede de apoio e os grupos reflexivos para homens autores de violência. Por fim, teve a presença de Rubem Rodrigues, representante dos Alcoólicos Anônimos, que falou sobre o alcoolismo e os grupos voltados para essa demanda.
Participaram os homens que foram chamados porque tiveram medidas protetivas deferidas contra si e contra quem ainda não foi oferecida ação penal.