O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) divulgou, nesta sexta-feira (2), levantamento detalhado sobre as Medidas Protetivas de Urgência, júris de feminicídio e ações penais relacionadas à violência contra a mulher no período de 1º de janeiro a 22 de julho de 2024. Os dados foram relatados pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID/TJAP) do Poder Judiciário, sob condução do desembargador Carmo Antônio de Souza.
Segundo Sônia Ribeiro, secretária da coordenadoria, as informações serão utilizadas para intensificar a Operação Shamar, que combate a violência de gênero em todos os municípios do estado. Ela ressalta que os números são importantes para a coordenação das ações de segurança pública, destacando a importância da integração entre o Poder Judiciário, a Polícia Militar e a Polícia Civil. “Esse levantamento é necessário porque é um mapa da violência sob a ótica dos processos que estão no Poder Judiciário, neste primeiro semestre”, afirmou.
Os dados revelam que Macapá registra 955 Medidas Protetivas de Urgência (MPU), o maior número de ações, seguido por Santana com 187 e Laranjal do Jari com 62. No Tribunal do Júri, que apura casos de feminicídio, Macapá também ocupa o primeiro lugar com 55 casos, Laranjal do Jari aparece em segundo com 39, e Santana em terceiro com 4 casos.
Em relação às ações penais, os números mostram uma variação significativa. Macapá registra 966 ações penais, Santana 381, Laranjal do Jari 151 e Oiapoque 330. “Oiapoque tem 38 medidas protetivas, um alto número de ações penais – o que sugere que as medidas foram eficazes e se transformaram em ações penais”, explicou Sônia.
Segundo Sônia, “uma boa parte desses homens com medidas protetivas vai precisar passar pelo círculo reflexivo e alguns deles estão com tornozeleira eletrônica. Algumas mulheres também estão com botão do pânico”. A secretária enfatizou que o levantamento “é importante também para podermos mostrar à sociedade como o Tribunal vem trabalhando com esses processos”, concluiu.
Segue abaixo a tabela com os dados completos:
Nº |
Comarca |
Medida Protetiva de Urgência (MPU) |
Tribunal do Júri (Feminicídio) |
Ação Penal |
1 |
Macapá |
955 (1º) |
55 (1º) |
966 (1º) |
2 |
Santana |
187 (2º) |
04 (3º) |
381 (2º) |
3 |
Laranjal do Jari |
62 (3º) |
39 (2º) |
151 |
4 |
Oiapoque |
38 |
03 |
330 (3º) |
5 |
Porto Grande |
46 |
02 |
83 |
6 |
Ferreira Gomes |
49 |
02 |
66 |
7 |
Tartarugalzinho |
36 |
03 |
52 |
8 |
Mazagão |
29 |
01 |
30 |
9 |
Pedra Branca |
61 |
-- |
68 |
10 |
Calçoene |
37 |
01 |
23 |
11 |
Amapá |
12 |
-- |
10 |
12 |
Vitória do Jari |
12 |
-- |
13 |
Total |
1.524 |
110 |
2.173 |
Operação Shamar
A Operação Shamar acontece anualmente em agosto, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. O objetivo é intensificar as ações de combate à violência contra a mulher, com foco na fiscalização do cumprimento de medidas protetivas, mandados de prisão, análise de procedimentos nas delegacias, levantamento de boletins de ocorrência, além de ações preventivas educativas.
No Amapá, a ação está sob a coordenação da titular da DCCM, delegada Ellen Viegas, sob orientação da Sejusp, com apoio da PM/AP, Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM), Poder Judiciário e Guarda Municipal de Macapá.
O TJAP participou do lançamento da Operação Shamar 2024 nesta quinta-feira (1º de agosto).
Mais sobre o Agosto Lilás
O Agosto Lilás é uma campanha que surgiu em 2016, instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, e foi idealizada visando intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha. Em 2022, a Lei nº 14.448 instituiu que a União, os estados e os municípios devem promover, durante o período, ações que conscientizem a sociedade sobre a necessidade de enfrentar as diversas formas de violência contra a mulher.
– Macapá, 02 de agosto de 2024 –
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