O desembargador Gilberto Pinheiro, decano do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), ministrou, no último dia 19 (terça-feira), a palestra “A Questão Fronteiriça – República da Guiana vs Venezuela”, ministrada durante o I Fórum Internacional da Amazônia em prol da sustentabilidade, sediado na Universidade do Missouri. Iniciado na segunda-feira (18), o evento reuniu especialistas, acadêmicos e autoridades de diversas áreas para debater o futuro sustentável da região amazônica, uma das mais importantes e biodiversas do planeta.

Segundo o magistrado, o conflito entre ambos os países é uma situação difícil e preocupante, inclusive por sua proximidade com o Brasil. “Isso remonta um período histórico, desde a chegada dos holandeses em 1594 até os dias atuais”, observou.

“Essequibo é um território reclamado pela Venezuela, o que representa 70% da área que hoje é a Guiana (inglesa) – uma questão complicada também por envolver o petróleo, uma vez que a empresa americana Exxon Mobile explora a região”, comentou o desembargador.

“A diplomacia brasileira olha a situação com muita atenção e preocupação, mas que com sua tradição pacífica não vai permitir uma guerra em nossa região amazônica – uma vez que o conflito pode provocar a vinda de tropas estrangeiras, especialmente americanas, para esta área de importância mundial”, acrescentou.

O evento

O I Fórum Internacional da Amazônia foi promovido pela Universidade Estadual do Sudeste do Missouri e a cerimônia de abertura foi prestigiada por autoridades acadêmicas e políticas de destaque, entre elas: o presidente da Newman Education, James Newman; o reitor do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), professor Jaime Cavalcante Alves; o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), professor André Zogahib; e o professor Sérgio Freire, que representou o reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Também se fizeram presentes: a desembargadora do Tribunal de Justiça do Amazonas, Socorro Guedes, e o comandante do Comando Militar do Amazonas (CMA), General Ricardo Costa Neves. Cada convidado destacou as iniciativas de suas instituições relacionadas à sustentabilidade na Amazônia e expressou gratidão pela oportunidade de compartilhar e debater ideias neste fórum internacional.

Além das instituições mencionadas, o evento contou com a participação de representantes de diversas entidades, incluindo a Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), Tribunal de Justiça do Maranhão, Vara Especializada do Meio Ambiente (Vema), Polícia Federal do Amazonas, Universidade Cruzeiro do Sul/SP, Juizado Volante Ambiental (Juvam), Associação de Magistrados do Amazonas e Alquimista - Bebidas Especiais.

O Fórum Internacional da Amazônia também presta homenagem a Adalberto Carim, juiz da vara de Meio Ambiente em Manaus, reconhecido jurista e defensor das causas amazônicas e ambientais. Como parte da programação do evento, foi realizada a exposição fotográfica "O Amazonas pelos olhos de um amazônida", em homenagem póstuma às contribuições do magistrado.

Para além das palestras e apresentações, o evento se mostrou uma plataforma rica para a troca de conhecimentos e experiências, além de estabelecimento de contatos e frutíferos debates. A programação diversificada incluiu exposição fotográfica, mesas-redondas e a apresentação de artigos científicos, todos focados na sustentabilidade e preservação da Amazônia.

De acordo com sua organização, o Fórum busca fomentar soluções inovadoras e estratégias eficazes para a conservação da Amazônia, contribuindo para o bem-estar das futuras gerações, com destaque para a importância global da Amazônia, mas também reforça o papel vital da cooperação internacional e do intercâmbio acadêmico na promoção da sustentabilidade e no enfrentamento dos desafios ambientais contemporâneos.